MPower Brasil é lançada em Brasília com evento voltado à diversidade e liderança feminina no setor de energia
20/10/2025 - A MPower Brasil foi oficialmente lançada na última semana, no SESI Lab. O evento de lançamento MPower Brasil reuniu cerca de 75 convidados, entre representantes de governo, organizações internacionais, empresas do setor energético e instituições da sociedade civil, para celebrar o início de uma nova organização dedicada a promover o desenvolvimento profissional de lideranças femininas e a diversidade na transição energética brasileira.
A cerimônia marcou o lançamento institucional da MPower Brasil, organização sem fins lucrativos que nasce com o propósito de fortalecer a presença de mulheres em posições de liderança no setor de energia, fomentando o desenvolvimento de competências técnicas, conexões profissionais e oportunidades de visibilidade para mulheres em diferentes regiões do país.
O evento foi conduzido por Carolina Silva, líder de parcerias da MPower Brasil. A fala institucional de abertura ficou a cargo de Agnes Mileris, Coordenadora de Inteligência, Parcerias e Projetos Especiais do SESI Lab, que destacou o compromisso do espaço com a inovação, a educação e a equidade de gênero.
Eduarda Zoghbi, fundadora da MPower Brasil, também compartilhou sua visão para o futuro da organização, que em todos os seus programas, irá priorizar mulheres pretas, pardas e indígenas, bem como naturais do Norte e Nordeste. Elbia Gannoum, CEO daAbeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) e Enviada Especial do Governo do Brasil na COP 30 para Energia, realizou uma palestra magna que abordou os desafios e oportunidades para mulheres na transição energética nacional.
Sessões e Painel
A programação contou ainda com a apresentação de dados sobre a presença feminina no setor, conduzida por Pâmela Costa, Líder de Pesquisa e Dados da MPower Brasil, que apresentou os resultados da publicação inédita “Construindo pontes para uma transição energética mais justa: análise da Pesquisa Mulheres em Energia 2025”. A publicação se consolida como um importante passo para iniciar a geração de dados desagregados sobre gênero no setor energético brasileiro. Os dados da MPower Brasil mapearam as trajetórias, barreiras de entrada e permanência, experiências e aspirações de 200 mulheres que atuam no setor.
Por meio da integração entre análises quantitativas e qualitativas,a pesquisa revelou que, considerando a amostra analisada, a diversidade no setor energético brasileiro ainda é um desafio: apenas 30,5% das respondentes se autodeclaram negras, nenhuma indígena e 1,5% possuem deficiência. A análise sobre a migração dessas mulheres aponta o Centro-Oeste como novo polo de atração profissional, enquanto Norte e Nordeste registram os maiores índices de deslocamento para outras regiões. Entre as principais barreiras de ingresso estão as normas culturais e sociais (47,5%), a baixa representatividade feminina em áreas STEM (46,5%) e a falta de diversidade e inclusão (46%); já as barreiras de permanência incluem a falta de reconhecimento e visibilidade (72%), a desigualdade salarial (61,5%) e a ausência de políticas inclusivas e flexíveis (56%), evidenciando desafios estruturais que ainda limitam a equidade de gênero e raça no setor energético.
Na sequência, Natascha Solis, Coordenadora Regional de Governança Climática do Programa Euroclima da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, apresentou o relatório "Vozes das mulheres liderando a transição verde e justa na América Latina e no Caribe", ressaltando o papel das mulheres como protagonistas da transição energética justa na região.
O painel principal, intitulado “O Poder das Mulheres no Setor Energético”, foi moderado por Thaissa Avena, Líder de Inovação Estratégica da MPower Brasil, e contou com a participação de:
Karina Sousa, Diretora do Departamento de Transição Energética, Ministério de Minas e Energia;
Martha Carvalho, Especialista Sênior de Energia, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID);
Ângela Oliveira, Diretora de Relações Institucionais, ABRACEEL;
Stefania Relva, Diretora de Transformação Industrial, Instituto E+ Transição Energética;
Patrícia Naccache, Diretora de Hidrogênio, UNIDO.
O painel destacou as barreiras e avanços na participação feminina no setor energético, com ênfase na importância de redes de apoio e políticas de equidade.
Programa de Lideranças Femininas em Energia
O evento também marcou o lançamento oficial do Programa de Formação de Lideranças Femininas em Energia 2025/2026. Apresentado por Mariana Rodrigues, Líder do Programa de Lideranças da MPower Brasil, a iniciativa tem como objetivo capacitar e dar visibilidade a lideranças femininas no início de suas carreiras. Serão selecionadas 10 pessoas que se identifiquem como mulheres, duas representantes de cada uma das cinco regiões do país, garantindo representatividade territorial e diversidade racial, com 50% das vagas reservadas a mulheres negras e indígenas.
Totalmente gratuita para as pessoas selecionadas, a formação ocorrerá entre janeiro e junho de 2026, com atividades virtuais e uma imersão presencial em Brasília, incluindo oficinas, mesas-redondas e visitas técnicas a instituições do setor energético. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo link até 20/11/2025.
Encerramento
O encerramento do evento contou com uma fala de agradecimento da equipe organizadora e o convite ao coquetel de confraternização, que reuniu participantes e apoiadores em um momento de celebração e networking, reforçando o compromisso coletivo pela igualdade de gênero e a transição energética justa no Brasil.